quinta-feira, 27 de maio de 2010

LEITURA TEMÁTICA: Capítulo I – E. Wayne Ross “As Expectativas e os Perigos do E-LEARNING”







Wayne Ross começa este capítulo por questionar se os computadores realmente motivam as crianças a aprender mais depressa e melhor. Para o autor existe uma falta de pensamento crítico relativo ao impacto da tecnologia na educação falando numa “industrialização da formação” e mais grave da educação; diz inclusivé que o ensino à distância equipara-se a uma comercialização do ensino. A educação passa a ser um mero bem de consumo perdendo assim, a sua preciosidade. É então que, para formular o seu próprio pensamento crítico, Ross aborda tanto os prós como os contras do e-learning e ensino à distância.
O Relatório da Alliance for Childhood, estudo sobre o uso de computadores, aponta que os efeitos deste uso são prejudiciais tanto do ponto de vista físico, intelectual e social. Este defende como princípio básico a necessidade de deixarmos de pôr a nossa fé na tecnologia para resolver problemas da educação mas sim prestar atenção às verdadeiras necessidades educativas das crianças. Refere que grandes investimentos como o alargamento do pré-escolar; a alfabetização de adultos; a redução do número de alunos por turma, qualificação e boa remuneração dos docentes ajudam ao sucesso escolar, logo, induzem a que mais alunos prossigam os estudos superiores.
W.Ross escreve que o impacto do e-learning é maior no ensino superior onde há um aumento de acesso a este serviço, tendo em conta que a universidade é mais cara e tem sofrido cortes no investimento. Os cursos on-line, como são mais baratos e nalguns casos gratuitos, vêem aumentados os seus utilizadores a par de grandes investimentos por parte daqueles que vêem a educação como um fim para atingir os objectivos da sociedade capitalista e não como um meio para o desenvolvimento da pessoa humana. Peter Drucker (guru da gestão) prevê a “morte da universidade”, para ele o futuro está fora do campus e da sala de aula tradicional.
Ao lado destes defensores do e-learning alguns professores defendem que a aprendizagem on-line, além de promover um conhecimento mais rápido e mais eficiente, dá mais controlo sobre as experiências de aprendizagem e ao mesmo tempo reforça as capacidades tecnológicas e informáticas.
Visão contrária, têm os críticos ao ensino à distância que dizem que não há substituição ao ambiente de sala de aula, e a “experiência social” é uma pedra basilar da vida académica. Estes defendem que este tipo de ensino pode e deve ser um complemento, mas não a substituição como querem fazer. Noble, em resposta à “morte da universidade” de Drucker, escreve: “A educação à distância, nos próximos anos, seguirá o caminho que os cursos por correspondência antigos seguiram”, ou seja, perderá a sua força.
Avaliando este texto de W.Ross o grupo acredita que é tudo uma questão de equilíbrio, isto é, podemos usar os beneficios que o e-learning e o ensino à distância nos podem dar, porém, sempre de modo sensato e sempre em nome do bem comum mantendo o nosso espirito crítico e a capacidade inerente de avaliar o lado bom e menos bom desta nova tecnologia educativa e o impacto da mesma na sociedade.
Bibliografia:
Ross, E. Wayne (2006). As expectativas e os perigos do E-learning. in Paraskeva, J & Oliveira, Lia. Curriculo e Tecnologia Educativa. Edições pedago, Vol I, nº 7 pp 19-32

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